“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”
Amyr Klink

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Hungria - Leste Europeu 2010

HUNGRIA

  • Budapeste: saimos de Bratislava e quando chegamos em Budapeste fomos primeiro a Hungaroring, pista que faz parte do circuito de Fórmula 1 e onde Felipe Massa sofreu um grave acidente em 2009. Quando chegamos estava acontecendo uma corrida de motos e a entrada era livre. Nas arquibancadas estávamos admirando o circuito e a velocidade das motos quando ocorreu um acidente numa curva muito próxima a nós, uma moto derrapou, saiu da pista e pegou fogo mas, felizmente, nada aconteceu ao piloto.




Fomos então para o hotel reservado, o Sofitel Chain Bridge, excelente localização muito próximo a Ponte das Correntes facilitando o acesso aos pontos turísticos. Na semana de nossa estada o hotel fazia a semana de Marrocos com decoração típica do país e até camelos a porta.
Ponte das Correntes e Castelo vistos do nosso quarto

hall do hotel

Budapeste é a capital da Hungria e é dividida pelo Rio Danúbio, de um lado Peste e do outro Buda. Começou como uma cidade romana, depois foi ocupada pelos magiares, foi invadida pelos otomanos, fez parte do Império Austro-Húngaro, sofreu ocupação nazista na II Guerra Mundial e foi tomada pelo Exército Vermelho. Grande parte da cidade teve que ser reconstruida várias vezes. A união de Buda com Peste ocorreu em 1873. Praticamente podemos dividi-la em 4 áreas: Bairro do Castelo,  Monte Gellért, imediações do Parlamento e centro de Peste: as duas primeiras ficam em Buda, as duas últimas em Peste.

Começamos por atravessar a Ponte das Correntes que foi construida pelo escocês Adam Clarck, que também projetou o túnel sob a colina do castelo  que possui dois pares de colunas dóricas. Ao lado do túnel fica o marco zero da cidade assinalado por uma escultura. Próximo ao marco está a entrada do teleférico que dá acesso a Área do Castelo.

Ponte das Correntes
túnel e teleférico ao lado
No Bairro do Castelo não existe um castelo mas sim um Palácio Real que sofreu inúmeras transformações, o atual é do séc. XIX e o trabalho de recuperação nessa época descobriu um palácio gótico do séc. XV. O Palácio Real abrange uma Biblioteca e a Galeria Nacional da Hungria e um Portal Monumental de 1903, que conduz ao palácio,  protegido por uma ave mítica, o turul.
turul

Porta dos Leões que conduz ao pátio

estátua do príncipe Eugênio de Sabóia e o Palácio Real
ruínas do palácio gótico
De lá fomos para a Igreja Matias passando por este exótico portão.
portão no Palácio Real com a Igreja Matias ao fundo
 Antes de chegar a igreja passamos pela Praça da Santíssima Trindade  que possui ao centro uma coluna do mesmo nome em oferenda aos que se salvaram dos surtos de peste. A Cãmara Municipal também encontra-se nesta praça.
Praça da Santíssima Trindade
 A Igreja de Matias foi fundada no séc. XIII pelo rei Bela IV, sofreu várias modificações assim como danos a sua estrutura e chegou a ser uma mesquita em 1541 quando da invasão dos otomanos. Apesar das obras percebe-se que é lindíssima.
Igreja Matias
 Na parte posterior da igreja encontramos o Bastião dos Pescadores, um monumento construido no local do antigo  mercado e bairro dos pescadores. No centro do monumento encontra-se a estátua de Sto. Estevão e de lá as vistas da cidade são maravilhosas.
Bastião dos Pescadores
cidade vista do Bastião
Próximo a igreja há um hotel, Hotel Budapeste-Hilton, que foi construido somando sua estrutura a de uma igreja e a  de um mosteiro.
Hotel Budapeste-Hilton
Outro ponto muito interessante nessa região é o Labirinto, que foi abrigo do homem pré-histórico, armazém, refúgio e instalação militar. Compreende 1200 metros de cavernas, grutas e masmorras sob o Monte do Castelo. Oferece visita guiada.
pintura no labirinto
 Há também a Rua dos Senhores que apresenta alguns edifícios com fachadas preservadas, a Igreja Santa Maria Madalena do séc. XIII,única igreja cristã do periodo otomano, hoje uma ruína e a Porta de Viena, recebeu esse nome porque abria a muralha em direção a Viena.
Rua dos Senhores
Igreja de Santa Maria Madalena
Porta de Viena
Voltamos então para Peste e conhecemos a Sinagoga. Esta é a maior Sinagoga da Europa, construida entre 1854-1859.
Sinagoga
 Da Sinagoga fomos andando até a Basílica de Santo Estevão, projetada em 1851 e consagrada a Sto. Estevão, que foi o primeiro rei cristão da Hungria. Sua maior relíquia é o antebraço mumificado de Sto. Estevão.
rua repleta de restaurantes com a Basílica ao fundo
Próxima a esta rua encontra-se o Hotel Four Seasons no Palácio Gresham, em frente a Ponte das Correntes. Lindo edifício que merece uma visita mesmo que você não se hospede nele.

No outro dia voltamos a atravessar para o lado de Buda, só que agora fomos pela Ponte da Rainha Sissi (homenagem a rainha austríaca), uma após a das Correntes e que dá acesso ao Monte Gellért, que recebeu esse nome  em homenagem ao bispo Gellért que foi atirado do monte em um barril nas águas do Danúbio por tentar cristianizar a população. Lá encontramos um monumento com a estátua do bispo, que é o santo patrono da cidade.
Monte Gellért
O acesso até o monumento é relativamente tranquilo e resolvemos continuar subindo o morro através de rampas, esta subida já foi muito mais cansativa mas chegar ao Monumento da Libertação com direito a lindas vistas de Peste valeu a pena. Atualmente toda esta área é um parque mas seu passado é sombrio tendo sido palco do martírio do bispo, do culto de bruxas e da construção de uma fortificação, a Cidadela, que serviu aos austríacos e depois aos nazistas.
Peste e a Ponte da Rainha Sissi
O Monumento à Libertação está no topo do monte e é formado por um  pedestal com uma figura feminina segurando a palma da vitória, na base há esculturas representando a luta entre o bem e o mal. Este monumento é uma comemoração da libertação de budapeste dos nazistas  pelo Exército Vermelho e incluia uma estátua de um soldado soviético, que foi retirada após a queda do comunismo.
Monumento a Libertação
 Ao lado do monumento encontra-se a Cidadela, que foi construida pelos austríacos em 1848-1849 com 60 canhões que poderiam fazer fogo sobre a cidade e, assim, evitar insurreições dos húngaros. Sua muralhas tem 4m de altura, 220m de comprimento e 60m de largura. Foi também usada pelos nazistas com o mesmo propósito. Desde a década de 60 tornou-se uma área de lazer e abriga uma exposição sobre o nazismo.
Cidadela
De lá descemos o monte do lado contrário ao da subida e chegamos ao Hotel Gellért e seu Complexo de Banhos. Este famosos hotel foi construido em 1912-1918 sobre 18 fontes e abriga um complexo de banhos termais e piscinas. Foi destruido na II Guerra Mundial e depois recuperado mantendo seu estilo Secessão.
Hotel Gellért
Ao lado do hotel encontra-se a Igreja do Rochedo construida em 1926.
Igreja do Rochedo
De lá voltamos a Peste de táxi indo para o Parlamento. Este domina a Praça Kossuth onde também encontram-se o Ministério da Agricultura e o Museu Etnográfico, além de vários monumentos. O Parlamento é o maior edifício húngaro e sua construção foi baseada no Parlamento inglês entre 1885 e 1904. Como a próxima visita guiada iria demorar optamos por só o conhecermos por fora mas curtimos muito toda a praça, seus edifícios e monumentos.
Parlamento
Igreja Matias, Bastião e Hotel vistos do Parlamento
 Fomos caminhando em direção a Basílica de Sto. Estevão e nos encantamos com esta fonte que baixava suas águas ao nos aproximarmos....

Desta vez aproveitamos não só para admirar o exterior da basílica como também fomos conhecer seu interior e sua relíquia.
Basílica de Santo Estevão
interior com a estátua em mármore de Sto. Estevão
Sagrada Mão Direita
 Da basílica fomos até uma estação de metro para conhecer a importante Praça dos Heróis, onde começaram as comemorações do milênio em 1896 com um monumento com o mesmo nome. É formado por colunas semi circulares com estátuas dos grandes líderes húngaros e uma coluna central com o arcanjo Gabriel.
nome da estação de metro em húngaro
Monumento ao Milênio
Essas comemorações foram marcadas por várias obras de modernização da cidade com a introdução da energia a gás e a construção da primeira linha de metro do continente. O restante da praça abriga museus e palácios lindíssimos e um complexo termal.

Voltamos ao centro de Peste a pé e passamos pelo Teatro Nacional da Ópera, de 1884, deste realço a Escadaria Nobre por onde desfilam os visitantes.
Teatro da Ópera
Ahhhhh não esqueçam de passear pela Rua Váci, no centro de Peste, com lojas, bares, igrejas, praças e belos edifícios.

  • Esztergom: esta cidade fica na fronteira com a Eslováquia e sua principal atração é a Basílica de Esztergom onde Estevão foi batizado e depois coroado no ano 1000 como primeiro rei cristão da Hungria. Foi destruida pelos mongóis em 1250 para ser reconstruida nos séc. XVIII e XIX. É a cidade mais sagrada do país.
Basílica de Esztergom
ponte que separa a Hungria da Eslováquia, ao lado da Basílica




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