“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”
Amyr Klink

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Vilnius I, Lituânia - Rússia e Países Bálticos 2013

A Lituânia foi o último país pagão da Europa o que acarretou na sua primeira invasão pelos cruzados que aqui ficaram por 100 anos tendo sido derrotados em 1410 por um exército formado por lituanos e polacos. Essa união permaneceu por mais de 200 anos e no início dessa época o território lituano ia do Mar Báltico ao Mar Negro, nessa época também foi criada a Universidade de Vilnius. Após governos desastrosos a Rússia dominou toda a região até que em 1795 o Reino Unido da Polônia e Lituânia deixou de existir. Neste primeiro período de dominação russa houve rebeliões, a universidade foi fechada, muitos rebeldes foram deportados e uma russificação ocorreu sendo obrigatório a língua russa e a fé ortodoxa. A Rússia enfraquecida na I Guerra Mundial propiciou a independência da Lituânia e da Polônia, logo após o governo polonês ocupou Vilnius cujos habitantes eram na maioria poloneses e judeus e a capital da Lituânia mudou-se para Kaunas só retornando a Vilnius em 1939. Na II Guerra Mundial o país foi ocupado pelos alemães e sua expressiva população judia foi exterminada, cerca de 200.000 pessoas. Os alemães foram expulsos em 1944 pelos russos que deportaram entre 120.000 a 300.000 lituanos nos primeiros dez anos. A guerrilha lituana continuou até que em 1990 a Lituânia tornou-se o primeiro país da República Soviética a declarar sua independência.

De último país pagão da Europa a Lituânia é hoje o maior país católico do Norte da Europa traduzido nas mais de 400 igrejas de Vilnius, para onde se olha se vê pelo menos uma torre. Se Tallinn é medieval e Riga é Art Noveau, Vilnius é predominantemente barroca. Seu centro histórico é o maior dentre os países bálticos, o de menor população de descendentes russos e o único com uma área residencial.

Vilnius e sua igrejas vista do Campanário da Igreja de S. João
Entramos pela Porta da Alvorada, a única entre nove que sobrou das muralhas do séc. XVI e à sua direita está o que restou delas, o restante foi substituído por casas que mantiveram o contorno.

Porta da Alvorada com os orifícios que eram usados para canhões
casas à esquerda substituindo as muralhas
o que restou das muralhas à direita da Porta
Acima da Porta da Alvorada, no lado interno, há uma capela; hábito comum nas portas de muralhas para proteger a cidade e seus habitantes. Aqui fica a imagem de 1620 da Nossa Senhora da Misericórdia a quem são atribuídos vários milagres e que se encontra coberta de prata. É um local de peregrinação para os lituanos.




 De dentro da capela vê-se a Ausros Vartu Gatve, rua que leva ao outro extremo do centro histórico, local da Catedral de Vilnius, a menos de 2 km de distância.


Ao lado já se encontra outra igreja, Igreja de Santa Teresa, construída entre 1630 e 1655 apresenta lindos afrescos num interior todo rosa.

Igreja de Santa Teresa



E já há outra muito próxima, a Igreja do Espírito Santo, tendo a frente a imagem dos três santos Sto. Antonio, Sto. Ivo e Sto. Eustáquio cujos restos mortais preservados encontram-se no seu interior. É uma igreja ortodoxa, usada pelos descendentes russos que atualmente são uma minoria.

Igreja do Espírito Santo

interior da Igreja do Espírito Santo
Voltando para a rua


olhamos para trás e uma visão melhor da Igreja de Santa Teresa


e mais a frente a Porta Basiliana, construída em 1761 é a entrada para a Igreja da Santíssima Trindade que está sendo recuperada tendo sido um mosteiro e que na época dos czares foi usada como prisão. Hoje aqui vivem os Uniatas, ortodoxos que reconhecem o poder do Papa.

Porta Basiliana
Chegamos então a Igreja de S. Casimiro, primeira igreja barroca da cidade foi construída pelos Jesuítas entre 1604 e 1635. Em 1812 foi usada como celeiro pelo exército de Napoleão, na I Guerra Mundial tornou-se luterana para servir ao exército alemão, voltou para os Jesuítas em 1920, sua cúpula foi renovada e adicionou-se uma coroa em 1942, os soviéticos a transformaram num Museu do Ateísmo e em 1991 foi consagrada novamente. S. Casimiro é o santo padroeiro dos lituanos, era filho dos reis da Polônia e por ser nobre é que foi acrescentada uma coroa à sua igreja.

Igreja de S. Casimiro
 A coroa é melhor vista da Praça da Câmara Municipal, logo ao lado.


A Praça da Câmara Municipal era o local do mercado e das execuções. Seu edifício principal é a Câmara Municipal no local de um antigo tribunal.

Praça da Câmara Municipal
Câmara Municipal
torre de outra igreja ortodoxa, a Igreja de S. Nicolau






























































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